Em “A filha do Dilúvio” (Libretos, 2021), Miguel da Costa Franco pariu uma história das entranhas de uma sociedade anestesiada pela frieza.O livro trata de temas urgentes como a desigualdade e a dureza da vida, nossas culpas e contradições. Denuncia de forma visceral e explícita a inoperância das instituições e a hipocrisia que enfraquece o tecido social. Aponta para os dilemas da paternidade e da maternidade numa espécie em colapso. Miguel da Costa Franco nos apunhala com um mundo em metástase e nos põe em confronto com a nossa própria incapacidade de agir.Rosa e Caçapava são moradores de rua; João e Sandra, um casal de classe média. De um lado, uma herança inesperada e a ascensão social; de outro, o cruento desenrolar da vida em meio à miséria e à falta de opções. Quando a realidade obriga os quatro ao convívio, duas realidades paralelas se sobrepõem de forma explosiva, reorganizando desejos, afetos, traumas e dilemas pessoais. Para alguns, chorar é da vida. Para outros, o conforto está dado. Gerar descendência passa de escolha a conflito em um país desigual e fraturado. Entre extremos, a humanidade insiste em pedir passagem.Trecho:“Os dois parceiros passariam a madrugada inteira nessa novela encardida. Rosa, bufando e praguejando, foi se livrando das roupas aos poucos, até ficar totalmente nua. Caçapava, na maior parte do tempo, assobiava milongas e chamamés. No mais, tinham com eles o crepitar do fogo, o frescor úmido da brisa, os sapos e os grilos, o desassossego das águas buliçosas do rio lambendo o juncal e as pedras da margem. A cadela Furiosa, companheira dedicada, se encarregava de vigiar o acampamento erguendo as orelhas e o focinho a cada tanto e acoando para os bichos, visíveis ou invisíveis, que se aproximavam. Quando as dores nas costas apertaram e uma manada de elefantes começou a pisotear sem dó os quadris de Rosa, esmigalhando o que podia de seus ossos, ela se pôs de quatro, como um animal. Era como ficava mais confortável. Já pouco ouvia do que o outro lhe perguntava. Com os sentidos voltados para o seu interior, circulava por outros mundos.”Sobre Miguel da Costa FrancoA filha do Dilúvio é o seu segundo romance. É autor de Imóveis Pas (Libretos, 2015) e Não Romance (Metamorfose, 2018), contos selecionados. Foi finalista do Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores na categoria Narrativas Curtas e recebeu premiações também por conto, crônica e poesia. Participou de coletâneas, entre as quais a Antologia de contistas bissextos (L&PM, 2007). Escreveu o roteiro do filme O último desejo do Dr. Genarinho (2002), foi corroteirista do telefilme e da série de tevê Doce de mãe (2012 e 2014), vencedora do International Emmy Award for Best Comedy em 2015, e colaborou no roteiro de Aos olhos de Ernesto (2019), todos produzidos pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Mantém o migueldacostafranco. Colaborou com jornais e revistas, como Correio do Povo, Pasquim Sul, Não, Parêntese e Sepé. Nasceu em Roca Sales/RS, em 1958.A filha do Dilúvio (Libretos, 2021)de Miguel da Costa FrancoRomance
Informações sobre o Livro
Título do livro : A filha do Dilúvio
Autor : Franco Costa
Idioma : Português
Editora do livro : LIBRETOS
Capa do livro : Mole
Quantidade de páginas : 208
Tipo de narração : Manual
Data de publicação : 15-03-2021
Gênero do livro : Ficção
Peso : 269 g
Ano de publicação : 2021
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm

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